O físico estatístico chileno César Hidalgo (MIT) e o economista venezuelano Ricardo Haussmann (Harvard) são dois dos mais conhecidos pesquisadores sobre complexidade do planeta.
Em outro post comentarei sobre a pesquisa seminal que ambos desenvolveram sobre o "product space".
Por enquanto, deixo aqui este artigo de 2009 sobre os gaps que estão ampliando-se cada vez mais na renda per capita entre os países. Trata-se de uma das questões mais debatidas na economia do desenvolvimento.
Ambos colocam a abordagem da complexidade como capaz de fornecer uma boa explicação para este fenômeno.
Mencionam que Adam Smith e as recentes teorias de crescimento endógeno, embora tenham feito esforços meritórios, não chegaram a uma explanação plausível, pois ainda não existiam medidas de complexidade capazes de analisar o tema de forma acurada e precisa.
Portanto, antes da abordagem da complexidade, aqueles estudos ressaltavam o papel da acumulação de fatores de produção agregados, como capital físico e humano ou medidas institucionais gerais, como o Estado de Direito. Mas, segundo os autores, não havia uma análise acerca da sua especificidade e complementaridade.
Nesse sentido, eles apresentam uma técnica que utiliza dados econômicos disponíveis para desenvolver medidas da complexidade dos produtos e dos países.
E mostram que: (i) essas medidas capturam informações sobre a complexidade do conjunto de capacidades disponíveis em um país; (ii) estão fortemente correlacionadas com a renda per capita; (iii) são capazes de fornecer boas previsões sobre crescimento futuro; e (iv) também são preditivas da complexidade das exportações futuras dos países, o que traz à tona um relevante argumento empírico de que o nível de desenvolvimento está de fato associado à complexidade dos setores econômicos de um país.
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